EDITORIAL: ACABOU, PORRA!

EDITORIAL: ACABOU, PORRA!
Decadência e prenúncio de morte. Como isso vai acabar?

Dia 28 de maio de 2020, a besta vociferava, em frente à residência oficial do Palácio da Alvorada: ‘Acabou, porra!” gritava Bolsonaro em animália. Criticava operação Polícia Federal que, na véspera cumprira operação de busca e apreensão, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), dentro do Inquérito das Fake News, em endereços de empresários e blogueiros bolsonaristas, ligados à rede de desinformação, centralizada e conhecida como “Gabinete do Ódio”.

“Ontem (27/05) foi o último dia (risos). Eu peço a Deus que ilumine as poucas pessoas que ousam se julgar melhor e mais poderosas do que os outros, que se coloquem no seu devido lugar, que nós respeitamos”, lançava indiretas ferinas à Alexandre de Moraes, (que estaria ousando julgar-se melhor e mais poderoso!) e continuou: “repito, não teremos outro dia igual ontem. Chega! (risos) Chegamos no limite. Estou com as armas da democracia na mão (…) essa historinha de querer criminalizar o crime de ódio é um artifício para censurar a mídia social. Essa mídia social me trouxe à Presidência. Sem ela, não estaria aqui.”. Verdadeiro registro de confissão de culpa.

“Acabou, porra!” foi seu grito de guerra, um “senta a pua!” ridículo e adequado à sua horda miliciana. Assim começou sua jornada pelo Brasil. Foram gastos 18 milhões de reais, num total de 101 viagens até março de 2021 (duas viagens por semana em plena pandemia). Os níveis de inflação e desemprego em maio e junho derreteu sua popularidade (24% segundo o IPEC) e anunciou viagens pelo norte e nordeste. Desde de agosto, o plano corre no esgoto da rede de mobilização bolsonaristas, elevando o nível de sua retórica golpista alucinada.

Acabou? Sim! Acabou! O Governo de Bolsonaro acabou (em sua capacidade de gestão e articulação política), não há tempo para reverter o quadro até as urnas de 2022 e sabendo disso: declarou que poderia “agir fora das 4 linhas da constituição”, que não existem “eleições limpas” (seguras e auditáveis) na urna eletrônica. Como um Dick Vigarista de Hanna-Barbera viu seus planos arruinados e teve que assistir atônito à prisão de Roberto Jefferson e a queda do Voto Impresso.

Num cenário de 580 mil mortes e CPI da pandemia, alta da fome (59% de pessoas em insegurança alimentar), crise energética, queda no PIB, sem emplacar o Auxílio Brasil, associado à corrupção e respondendo a cinco inquéritos Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro partiu para o ataque e reuniu todas as suas forças.

Convocou apoiadores pelo WhatsApp e anunciou o “contragolpe”. Veio o Sérgio Reis e o Batoré. Fez desfile de tanque e promoveu vergonha alheia internacional. Conclamou o gado bolsonaristas para o dia 7 de setembro e chamou de “ultimato” a duas pessoas que estão “usando da força do poder” (sabe nem brigar! rsrsrs). Fez passeio de moto com inspiração fascista e reuniu supremacistas brancos. Flertou com os caras igual ele na Polícia Militar e criticou a “constituição comunista”. As redes e robôs se agitaram para este dia que prometia ser GIGANTE!

Era o prenúncio de um Golpe de Estado, com invasão do STF (o segundo Capitólio), o Dia da II Independência do Brasil! Estouro da boiada para o curral de São Paulo (centro do poder econômico) e Brasília (centro do poder político). Porém, numa relação de expectativa e realidade, quando chegou a hora da “proclamação mais esperada da história” (eu li isso nas redes locais), a demonstração de força se mostrou demonstração de fraqueza e todo o mundo pode ver o tamanho real da ameaça!

Como diria os portugueses, “a montanha pariu um rato!”, quando o mundo esperava uma ressurreição, veio a repetição de ameaças indiretas, o mesmo pacote de tolices sobre si e fantasias conspiratórias, teses golpistas e a promessa de convocar o Conselho da República. #ÉguaNão! Aplicou o famoso ganhar no goelo, fez o maior enxame, mas era só H! Pior, que ainda teve uma gente vacilante que correu do Grito, pra assistir de casa a tomada violenta do poder pela extrema direita. Se esquecem: a “revolução não será televisionada!”.

O “Discurso Ultimatum de Bolsonaro” na Paulista passou na TV e pensei que fosse a Sessão da Tarde: Uma galerinha muito doida, aprontando altas confusões! Reclamou dos inquéritos dos STF indiretamente “ou esse ministro se enquadra ou pede pra sair”, que esse “individuo” ainda teria tempo de se redimir e arquivar tais inquéritos. Porém, por fim, revelou ser Alexandre Moraes, chamando de canalha e que não cumpriria qualquer decisão. No entanto, a lei 1079 define os crimes de responsabilidade do Presidente da República. No seu art 4º, fala exatamente do não cumprimento de decisões judiciais. A pena é perda do cargo (impeachment) e dos direitos políticos por até 5 anos.

Cada vez mais isolado e sem munição em seu discurso, Bolsonaro criticou o processo eleitoral julgando falar para um retrato do brasil “cada vez mais conservador”. O dia chegou e o fracasso foi grande diante do esforço para realizar a ação. Agora, vários crimes de responsabilidade foram cometidos e o tiro do golpe saiu pela culatra. O fracasso do levante fustigou o gado e ao presidente da república só resta uma final: Ser preso, morre ou receber a vitória.

Já mandou avisar que nunca será preso. Portanto, como a vitória não é uma possibilidade ao bolsonarismo no ‘day after’ 7 de setembro, resta somente a opção MORTE à Bolsonaro. Que assim seja, ele sabe: Acabou, porra!

Mas a elite que financia esse carnaval decrépito pelo país, continuará agindo após a derrocada deste elemento transitório. Nossa luta de classes precisa se manter na constante mobilização e formação pelo no trabalho de base. O Instituto Idade Mídia – Comunicação para Cidadania permanece em alerta permanente na trincheira da comunicação popular contra hegemônica na construção do poder popular.

Angelo Madson Tupinambá
Território Murucutu, 8 de setembro de 2021.



Categorias:Central de Mídia Popular

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